![]() | Centro de Métodos Quantitativos Departamento de Ciências Florestais Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO |
LCF-130 Resolução de Problemas Florestais
Nome: | |
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Amanda Fernandes Franci | amanda.franci@usp.br |
Helena Arthuso | helena.arthuso@usp.br |
Karen Rizzato Bermúdez | karen.bermudez@usp.br |
Lygia Gago Miolaro | lygia.miolaro@usp.br |
Nathalia da Mota Passo Vicente Ribeiro | nathalia.mota.ribeiro@usp.br |
A arborização de áreas urbanas tem sido diariamente enfatizada na mídia com o objetivo de conscientizar e alarmar a sociedade em relação aos desequilíbrios ambientais - ilhas de calor, efeito estufa, chuva ácida, entre outros - que estão mais frequentes e intensos a cada dia. Desta forma, houve a necessidade do desenvolvimento de técnicas e de procedimentos que facilitem e permitam maior qualidade do manejo de espécies arbóreas no meio urbano e é esta uma das finalidades do sensoriamento remoto.
O objetivo essencial do tema consiste na definição de sensoriamento remoto e de planejamento da arborização urbana, suas aplicabilidades e, principalmente, na interação entre estes, sempre visando os planos tanto ambiental, quanto econômico e social.
Definição: O sensoriamento remoto consiste – a partir da radiação eletromagnética, a única propagável no vácuo - em coletar dados para análise de objetos que não estejam em contato físico com o instrumento.
Sensores utilizados: Entre os vários sensores existentes, podemos destacar três tipos principais para utilização no planejamento da arborização urbana:
Figura 1: Imagem do sensor Quick Bird.
Satélites artificiais: a partir de estudos antrópicos, foram desenvolvidos dois tipos especializados no planejamento de florestas urbanas. São estes:
Além dessas formas, pode-se fazer uso de fórmulas físicas, as quais facilitam a análise dos dados e maximizam as informações. São utilizadas, por exemplo, nos estudos de: índice de área foliar verde, fitomassa, radiação fotossinteticamente ativa absorvida e produtividade. É importante ressaltar que existem fatores que contribuem significativamente na análise dos dados obtidos, sendo estes:
Figura 2: Imagem da cidade de Piracicaba. Em escala 1:200 pés/ 3cm:1km
Figura 3: Imagem da cidade de Piracicaba. Em escala 1:500 pés/ 3cm:200m
Para uma melhoria nos resultados obtidos a partir da fotointerpretação, é utilizado o material colateral, o qual se subdivide em:
Planejamento urbano: “O processo de planejamento da arborização de ruas de uma cidade deverá, em quaisquer circunstâncias, considerar os seguintes fatores básicos condicionantes: o ambiente urbano, o espaço disponível e as características das espécies arbóreas.” (Miguel Milano e Eduardo Dalcin; Arborização de Vias Públicas; p.49) Altas temperaturas, iluminação artificial e compactação do solo são aspectos relevantes na determinação do planejamento adequado ao ambiente urbano correspondente. Por exemplo, em ruas mais iluminadas, o uso de espécies de fotoperíodo longo pode ser desfavorável, pois estas terão floração prolongada, podendo desgastar o metabolismo da planta. Além disso, solos compactados promoverão uma deficiência na disposição de oxigênio à planta, prejudicando seu desenvolvimento. Quanto ao espaço físico, devem-se considerar redes elétricas e larguras de ruas e calçadas para que podas indevidas não interrompam o crescimento de árvores e que estas não causem constrangimentos de locomoção e prejuízos estruturais. Em relação às características das espécies, além dos aspectos estéticos, devem ser considerados fatores como possibilidade de diminuição da taxa de poluição, dimensões das copas, taxas de crescimento, adaptação climática, pragas, doenças, floração, entre outros. Portanto, todos esses fatores são determinantes no processo de planejamento da arborização desde que analisados em conjunto, já que juntos caracterizam tanto a interação entre si, quanto com a cidade e sua população como um todo.
Planejamento x Fotossíntese: Como dito anteriormente, o planejamento da arborização urbana requer conhecimentos sobre a anatomia das espécies e o local disponível. De acordo com a área analisada, há certo nível de incidência de radiação solar e, conseqüentemente, uma taxa de fotossíntese realizada pela planta. Desta forma, quanto maior a incidência luminosa, maior será a ação fotossintética do vegetal, o que acarretará em maior intensidade metabólica da espécie. Assim, tal fato poderá gerar um maior desenvolvimento (crescimento) arbóreo. Porém, caso não seja realizado um manejo adequado - como realização de podas e manutenção das espécies -, problemas futuros poderão desenvolver-se, entre eles a presença de pragas e o desenvolvimento de doenças, os quais possivelmente prejudicarão seu crescimento, levando à morte ou à queda da espécie.
Concluindo essa etapa do assunto e dando início à próxima, na qual iremos propor uma solução à questão apresentada, podemos enfatizar a essencialidade do uso de satélites no planejamento arbóreo urbano. Desta forma, prova-se que o sensoriamento remoto é qualificado para a análise das condições físicas e químicas do meio urbano, possibilitando uma melhor escolha da espécie adequada ao local. Tal procedimento trará maiores benefícios econômicos, sociais e ambientais, além de minimizar conflitos existentes, ou seja, é a formação de um desenvolvimento sustentável na área da arborização.