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 CMQ: Centro de Métodos Quantitativos Centro de Métodos Quantitativos
Departamento de Ciências Florestais
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

LCF-130 Resolução de Problemas Florestais

Tema 3

Equipe 3: Avaliação de risco de queda de árvores na cidade

Questão: Como saber se uma árvore vai cair ?

Orientador: Professor Demóstenes Ferreira da Silva

Quem Somos:

Nome Email foto
Amadeus Zanetini amadeus.zanetini@usp.br
Ícaro Messias icarogarbuio@hotmail.com
Larissa Costa larissa.costa.santos@usp.br
Pedro Vitor Pimenta Pereira pedrovitor08@gmail.com
Renato Cunha rac_tinho@hotmail.com

Trabalho 1: Ensaio Conceitual sobre o Tema

1.0 Introdução

A avaliação de risco de queda de árvores deve ser baseada em dois principais aspectos:

-POR QUE avaliar um risco de queda;

-COMO avaliar esse risco.

1.1 Avaliação no meio urbano

São avaliadas as quedas em meio urbano, pois o fato da árvore cair na floresta de forma natural é positivo, visto que abre uma clareira na mata, possibilitando a entrada de luz no ambiente e contribuindo com a formação dos nutrientes do solo, devido à decomposição de seus componentes físicos.

1.2 Condições da árvore e interferências urbanas

Em algumas situações, ocorrem quedas de árvores sem a possibilidade de uma prévia avaliação (quando o motivo da queda provém de fatores externos à planta), porém existem condições que devem ser avaliadas para se estimar o risco de queda, e entre elas estão a medida da árvore, a sua idade, o estado de sanidade biológica (presença de fungos e cupins, entre outras pragas), a deterioração interna e as condições de entorno, como a área permeável do canteiro. Muitas vezes a água da proximidade da árvore não tem espaço de vazão, o que encharca as raízes e aumenta o peso do tronco. Fatores naturais devem ser considerados, como a ação do vento, que provoca forças que atuam sobre as raízes e o solo, provocando o tombamento da árvore, muito comum em solos arenosos. “Também é analisada a interferência de transformadores, postes, pontos de ônibus, se a poda da copa foi feita com equilíbrio e se há danos nas raízes”, afirma o biólogo Sérgio Brazolin, pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo, que realizou uma pesquisa sobre o tema em sua tese de doutorado, apresentada na Esalq-USP. Outro aspecto que leva às quedas de árvores é a poda mal-feita. Devido à proximidade com a fiação elétrica, muitos galhos são cortados de maneira indevida, sem uma avaliação com o contexto da anatomia da árvore. Essa poda pode resultar no apodrecimento por fungos provocados por injúrias no tronco.

2.0 Como avaliar o risco de queda

Para se avaliar o risco de queda de arvores podem ser utilizados vários métodos, que vão da análise visual à utilização de equipamentos.

2.1 Equipamentos de avaliação

Os equipamentos utilizados fornecem diagnostico da arvore quanto à condição de seu tronco, dessa maneira podendo avaliar o risco de sua queda, como por exemplo, o tomógrafo de impulso, tomógrafo de impedância elétrica e o pulling test. Os dois tomógrafos têm como função a detecção de deteriorações e cavidades em árvores, mas operam de maneiras distintas. O modelo por impulso executa a medição do “tempo de voo” do sinal gerado por um martelo eletrônico, que é transmitido/recebido por sensores instalados ao redor da circunferência do tronco e varia de acordo com o módulo de elasticidade e a densidade da própria madeira. Se a madeira estiver em boas condições o tempo de voo será menor, caso não esteja, o tempo será maior, uma vez que o sinal gerado pelo martelo é uma onda mecânica, que se propaga com maior velocidade em meio mais sólido. O segundo tomógrafo, por impedância elétrica, irá permitir a obtenção de informações sobre as propriedades químicas da madeira, como teor de umidade, estrutura das células e concentração iônica. O modelo faz uso da corrente elétrica para verificar alterações provocadas pela deterioração em tais características, e traz como resultado um mapa bi e tridimensional sobre o atual estado de resistência da árvore. O pulling test é usado para obter informações sobre a estabilidade no tronco e nas raízes. Para a execução do ensaio, uma carga será exercida na espécie a ser analisada com uma manivela e um cabo de aço; a reação da árvore submetida ao stress sob esta carga será medida por inclinômetro e elastômetro, que avaliarão a carga de ruptura e as propriedades mecânicas do lenho.

2.2 Método visual

Usando a metodologia de avaliação de árvores(SEITZ,2006), analisamos a copa, tronco e base da árvore.

Copa da árvore:

• Galhos interferindo na rede elétrica: pode ocorrer uma descarga elétrica que prejudica a árvore e a distribuição de energia. Risco maior quando em contato com rede de alta tensão.

• Galhos secos: matéria em decomposição e problemas fitossanitários, atrai fungos e cupins. A queda desses galhos pode provocar acidentes.

• Galhos angulados: maior propensão a ruptura longitudinal.

• Galhos esguios: folhagem apenas na extremidade devido a poda incorreta, esse galho é flexível que pode vir a quebrar e causar acidentes.

• Lesões na casca de galhos da copa: provocadas por descascamentos e queimadas e indicam fragilidade.

• Fungos: indica a decomposição de matéria orgânica.

• Insetos perfuradores: tocas de insetos que deterioram a madeira.

• Erva-de-passarinho: parasita que suga a seiva da árvore e pode ocasionar a morte.

• Poda unilateral e drástica: provoca o desequilíbrio na árvore tendo maior potencial de queda.

Tronco da árvore:

• Invasão da pista (inclinação do tronco): quanto mais inclinado maior o potencial de queda.

• Cavidades: indica deterioração da madeira.

• Lesões da casca: quanto mais se estende pelo perímetro do tronco, maior é o risco.

• Orifícios de insetos(cupim): indica condições ruins para a árvore.

• Fungos: indica decomposição da matéria orgânica, cujo grau de apodrecimento por visualização é de difícil mensuração.

• Cancro: associado com à presença de fungos.

• Injúrias mecânicas: vandalismos prejudicam a saúde da árvore.

Base do tronco:

• Brotação epicórmica: brotos de raízes na base do tronco, indica deficiência na circulação da seiva.

• Lesões na base do tronco: se a lesão se estender por muito do perímetro pode ocorrer uma queda.

• Cavidades na base do tronco: idem da definição do tronco.

• Fungos: idem da definição do tronco.

• Raízes adventícias aparentes: indica problemas nas raízes.

• Injúrias mecânicas: idem da definição do tronco.

• Espaço permeável: se não houver espaço suficiente não ocorre uma perfeita ciclagem de nutrientes.

• Raízes cortadas: prejudica o equilíbrio da árvore.

3.0 Consequências das quedas no meio urbano

No cotidiano das cidades, é possível observar com freqüência danos causados pela queda de árvores, sendo esse, portanto, o motivo da necessidade de avaliação do seu risco de queda. Entre esses danos, os mais comuns são apagões, prejuízos materiais, congestionamento no trânsito e até mesmo mortes. Um exemplo recente de um acidente fatal envolvendo a queda de árvores ocorreu em fevereiro, na cidade de Piracicaba-SP. A queda de um eucalipto nos preparativos para um show da cantora Ivete Sangalo resultou na morte de um vendedor ambulante de 36 anos e em mais três pessoas feridas.

3.1 Por que a rede elétrica desliga

Em pelo menos metade dos casos de queda de energia, a falha é causada por árvores caídas na fiação ou galhos que se enroscam, causando curto-circuitos. O problema se agrava com a maior freqüência de chuvas e ventos fortes, que ameaçam todos os passos da rede. Falta de manutenção piora a situação. Quando há uma falha mais grave, em especial em fios de alta tensão, sistemas de proteção cortam a energia a partir da subestação de transmissão para proteger a rede elétrica.

4.0 Interferências do meio urbano à árvore

         Em termos gerais, a estrutura de uma árvore se baseia em três aspectos: folhas, caule e raiz. A planta precisa de sua raiz para absorver água, nutrientes e sais minerais do solo, de seu caule para transferir os nutrientes e manter seu peso, e ainda de suas folhas para produzir energia através da fotossíntese e resistir ao vento.

Entretanto, quando inseridas na cidade todas estas funções são prejudicadas. As árvores urbanas, principalmente as das calçadas das vias públicas, vivem em um ambiente inóspito, pouco acolhedor a qualquer forma de vida. Os solos sob as calçadas têm geralmente péssimas propriedades físicas e químicas, a impermeabilização excessiva prejudica a saúde das raízes, não há ciclagem de nutrientes e a poluição reduz seu tempo de vida. As raízes são constantemente cobertas por concreto, que as sufoca e desidrata. O caule é constantemente danificado por construções e veículos, perdendo assim sua capacidade de transferir os nutrientes, já debilitados na raiz, ao resto de seu corpo, além de perder também sua capacidade de sustentar seu próprio peso. Já as folhas são severamente prejudicadas pelo calor e pela poluição típicos de grandes centros urbanos. Por serem absolutamente necessárias ao equilíbrio do ambiente urbano, ainda mais em cidades tropicais, as árvores plantadas nas calçadas bem como as de praças públicas, precisam ser objeto de cuidados especiais, com manutenção e monitoramento sistemáticos.

5.0 Conclusão

Devemos lembrar que as árvores são fundamentais para a nossa qualidade de vida em um ambiente artificial de grandes cidades, prestando serviços necessários para todos. Culpá-las seria tão absurdo quanto culpar a chuva, o vento ou sol.

Referências Bibliográficas

- HELGE B.“ – The Body Language of Trees-A Handbook for Failure Analysis”

- ADRIANA ROSSETTI 1, PAULO RENATO PELLEGRINO 2, ARMANDO TAVARES 3 “– As Árvores e Suas Interfaces no Ambiente Urbano”

- SEITZ, R.A. Avaliação visual de árvores de risco (AVR). Mini-curso In: X CBAU-CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA, Maringá, 2006.

- http://www.ipt.br/

- http://lidebrasil.com.br/site/index.php/2011/02/19/temporal-e-morte-cancelam-show-de-ivete-sangalo/

- http://www.ipt.br/noticia/288-tomografia_verde.htm

Trabalho 2: Relatório Final - Problema e Resolução

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