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 CMQ: Centro de Métodos Quantitativos Centro de Métodos Quantitativos
Departamento de Ciências Florestais
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


LCF-130 Resolução de Problemas Florestais - 2009


Equipe 10: Fragmentação e Fauna


 CMQ: Centro de Métodos Quantitativos Centro de Métodos Quantitativos
Departamento de Ciências Florestais
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


LCF-130 Resolução de Problemas Florestais - 2009


Equipe 10: Fragmentação e Fauna


Quem Somos?

Equipe 10: Fragmentação e Fauna

  • Questão: Qual a importância da APP/RL para populações de animais silvestres?
Nome Email
Ana Rosária Sclifó Zucon ana.zucon@usp.br
Lais Olbrick Rodrigues Menossi lais.menossi@usp.br
Livia Maria Rocha livia.rocha@usp.br
Luísa Miguel Nougalli luisa.nougalli@usp.br
Rafaela Novaes de Abreu rafabreu@usp.br
Suvi Maarit Niemi suvi.niemi@helsinki.fi
  • Orientador: Profa. Kátia Ferraz - kferraz@esalq.usp.br

Trabalho 1: Desenvolvimento do Sub-Tema

Fragmentação e Fauna

Área de Preservação Permanente (APP) é a área marginal ao redor do reservatório artificial e suas ilhas, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas.

Nesse relatório faremos uma analogia de APP com o conceito de corredores (ripários ou de habitat) para o estudo de fauna. Corredores ripários são um mosaico diverso de paisagens, comunidades e ambientes dentro de uma perspectiva maior. Possibilitam a existência de muitos processos ecológicos e de comunidades, sendo o componente mais sensível a mudanças ambientais, influenciando na biodiversidade.

A diversidade ecológica dos corredores é mantida pela capacidade do sistema de se recuperar constantemente de distúrbios naturais, como enchentes, incêndios, erosões, entre outros. Porém essa capacidade é comprometida diante de distúrbios antrópicos (expansão da agricultura, silvicultura, desenvolvimento urbano, entre outros), que podem causar a alteração do uso dessa área.

As Áreas de Preservação Permanente (APP) e os corredores ripários, bem como os corredores de fauna interligando fragmentos de mata (reservas legais, inclusive) podem contribuir para a manutenção da biodiversidade regional, destacando-se como principais vantagens:

Possibilitar o fluxo de indivíduos e a troca de material genético;

Aumentar a imigração para habitats isolados;

Facilitar a continuidade de processos ecológicos naturais;

Auxiliar a estabilidade dos ciclos ecológicos e a qualidade da água;

Originar metapopulação, que é a junção das subpopulações das regiões fragmentadas e que devido a conectividade destas passam a se reproduzir.

Os corredores ripários apresentam mínimas desvantagens:

Aumento da imigração de doenças e propagação de espécies exóticas (ervas daninhas);

Facilitação da dispersão do fogo.

Algumas espécies de animais silvestres são mais sensíveis a fragmentação do que outras. Espécies que utilizam uma gama de recursos podem exigir uma maior variedade de ambientes e pode ser necessário ligar habitats semelhantes pelo cruzamento de diferentes habitats.

Uma das maneiras possíveis de reduzir os impactos negativos da fragmentação é manter ou aumentar a conectividade da paisagem através da manutenção e/ou a restauração dos corredores ripários ou corredores de habitat, que consiste em reduzir o isolamento de populações e aumentar a área total de habitat disponível.

Bibliografia:

Naiman, R. J.; Décamps, H.; Pollock, M. 1993. The role of riparian corridors in maintaining regional biodiversity. Ecological Applications, 3(2), pp. 209-212.

MacDonald, M. A. 2003. The role of corridors in biodiversity conservation in production forest landscapes: a literature review. Tasforests, vol. 14, pp. 41-52.

Conselho nacional do meio ambiente, resolução nº 302, de 20 de março de 2002, Artigo 2º - II.

Trabalho 2: Relatório Final - Problema e Resolução

Fragmentação e Fauna

Introdução

Para analisarmos a situação atual dos fragmentos do campus “Luiz de Queiroz” e sua fauna, tomamos como base uma comunidade de aves e sua ocorrência nos diversos ambientes do Campus “Luiz de Queiroz”. O número de espécies em cada tipo de ambiente estudado serviu para iniciar uma reflexão sobre a paisagem do campus e a comunidade de aves que esta consegue manter.

A caracterização da comunidade de aves em uma paisagem pode ser interpretada como um diagnóstico preliminar, já que muitas espécies são sensíveis a alterações ambientais (bioindicadores). A ordem Passeriformes foi escolhida como foco do estudo, pois compõe a maioria de espécies (56%) da comunidade de aves já identificadas no Campus. Desta forma, entende-se que os resultados preliminares analisados refletem parte da comunidade de aves do Campus “Luiz de Queiroz”.

Objetivos

O estudo tem como objetivo relacionar a comunidade de aves do Campus com o mosaico agrícola existente.

Área de estudo

A área analisada foi o Campus “Luiz de Queiroz” como um todo. Suas áreas antrópicas e urbanizadas, seus fragmentos florestais e campos abertos.

Materiais e métodos

A lista de espécies de aves utilizada neste ensaio foi cedida por Eduardo Roberto Alexandrino (ornitólogo), cujos dados foram coletados por Julio Cesar da Costa, Gustavo Betini e o próprio Eduardo com observações esporádicas feitas entre 1996 e 2007 no Campus “Luiz de Queiroz”. Foram utilizados também os seguintes livros para pesquisa das espécies de pássaros: Ornitologia Brasileira (SICK 1985), Aves do campus da Unesp em Rio Claro (GUSSONI, 2008), Guia de Campo de Aves da grande São Paulo (DEVELEY, 2004), Guia de Campo Aves do Brasil Oriental (SIGRIST, 2007).

Primeiramente as espécies foram classificadas de acordo com o tipo de ambiente em que ocorrem (interior de floresta, borda florestal, área aberta, ambiente urbano e ambiente aquático) de acordo com a literatura consultada. Em seguida, os dados foram agrupados em quatro classes de acordo com a ocupação de ambientes: estritamente florestal, semi-dependente, independente e generalista. Pássaros classificados como estritamente florestais são os encontrados no interior de mata e/ou borda de mata; os classificados como semi-dependentes do ambiente florestal são encontrados no interior da floresta e/ou na borda e áreas abertas; os classificados como independentes do ambiente florestal são os encontrados em áreas abertas e/ou urbanas e finalmente os classificados como generalistas são os encontrados em todos os tipos de ambientes.

Resultados

A ordem Passeriformes do Campus apresenta 104 espécies, que foram analisadas. De acordo com a Figura 1 nota-se um maior número de espécies generalistas, que de acordo com a classificação utilizada podem ser encontradas em todos os ambientes do Campus. Também observa-se a presença de menor número de espécies estritamente florestais, ou seja, as que habitam o interior e/ou borda de matas. As últimas são espécies exigentes quanto ao ambiente que habitam, e assim mais sensíveis à fragmentação do que as demais. Já as espécies generalistas não são seletivas quanto ao tipo de ambiente em que vivem, portanto são menos sensíveis à fragmentação.

Figura 1 – Número de espécies do Campus “Luiz de Queiroz” por classe analisada em relação à ocupação de ambientes.

As espécies estritamente florestais habitam os fragmentos de mata remanescentes no campo, por exemplo, a mata da pedreira e a mata do pomar. As espécies semi-dependentes do ambiente florestal além de ocuparem os mesmos fragmentos podem também ser encontradas em áreas arborizadas e abertas do Campus e também na área de preservação permanente do rio Piracicaba, que em alguns trechos da área a APP não está totalmente adequada (tais trechos apresentam poucos indivíduos florestais e, portanto não podem ser considerados como áreas de mata e sim como arborizados). As espécies independentes do ambiente florestal habitam áreas abertas, urbanas e agrícolas, ou seja, as áreas que possuem algum ou nenhum resquício florestal. As espécies generalistas habitam todos os ambientes do Campus, não são seletivas.

Na Figura 2 estão representados os locais onde os pássaros habitam de acordo com a classificação feita anteriormente em estritamente florestal, semi-dependente e independente. Os classificados como generalistas não foram evidenciados no gráfico, pois ocupam todas as áreas do Campus. Os números 1 e 2 assinalados no gráfico representam a mata da pedreira e a mata do pomar, respectivamente, e são exemplos de remanescentes florestais no Campus.

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Figura 2: Áreas de ocorrência das espécies de Passeriformes no Campus Luiz de Queiroz (1 – mata da pedreira, 2 – mata do pomar.

De uma forma geral, a comunidade de aves analisada representa uma comunidade adaptada às condições antrópicas da paisagem, caracterizada por ser um mosaico agrícola heterogêneo e com elevado grau de fragmentação de seus remanescentes.

Soluções

É possível propor algumas soluções, tais como: recuperação das áreas de APP e RL e criação de corredores ripários e de habitat para criar conectividade entre os fragmentos já existentes. Assim, criando um habitat favorável/atrativo para a fauna silvestre é possível que a comunidade de aves do campus passe a abrigar espécies especialistas e sensíveis à perturbação.

Considerações finais

Os resultados indicam uma comunidade de Passeriformes composta por espécies estritamente florestais, sendo a maioria espécies generalistas. De uma forma geral, é possível que o resultado encontrado com a comunidade de aves reflita concomitantemente a situação de outras comunidades de vertebrados inseridos nesta paisagem antrópica. Com a melhoria da qualidade e quantidade de habitats disponíveis à fauna e aumento da conectividade entre remanescentes florestais é possível que a biodiversidade do campus seja enriquecida e conservada.

Referências bibliográficas

Sick, H.; Ornitologia Brasileira. Brasília: UNB, 1985, 2v.

Gussoni, C. O. A.; Guaraldo, A. C.; Aves do campos da UNESP em Rio Claro, Edição dos autores, 2008.

Develey, P. F.; Endrigo, E.; Guia de Campo Aves da Grande São Paulo, Aves e Fotos Editora, São Paulo, SP, Brasil, 2004

Sigrist, T.; Guia de Campo Aves do Brasil Oriental, Editora Avisbrasilis, São Paulo, SP, 2007.

Naiman, R. J.; Décamps, H.; Pollock, M. 1993. The role of riparian corridors in maintaining regional biodiversity. Ecological Applications, 3(2), pp. 209-212.

MacDonald, M. A. 2003. The role of corridors in biodiversity conservation in production forest landscapes: a literature review. Tasforests, vol. 14, pp. 41-52.

Conselho nacional do meio ambiente, resolução nº 302, de 20 de março de 2002, Artigo 2º - II.

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